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Jovens escolhem a Petrobras como a empresa dos sonhos

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Estatal desbanca Google na preferência dos recém-formados por conta dos salários mais atraentes e da estabilidade em tempos de incertezas na economia

Luciana Whitaker/Valor / Luciana Whitaker/Valor
Celine Blotta, 29, atua como técnica de administração e controle da Petrobras


Por Carolina Cortez | VALOR

Conquistar um emprego que permita o desenvolvimento e a realização profissional é a prioridade dos jovens na hora de se candidatar a uma vaga, mas não a única. Motivados pela escassez de talentos no mercado de trabalho, profissionais de até 30 anos voltaram a dar maior importância aos salários e benefícios diferenciados – quesito que estava fora da lista desde 2008. Os dados são da pesquisa “Empresa dos sonhos dos jovens”, da Cia de Talentos e NextView People. O fator remuneração, inclusive, levou a Petrobras à preferência dos mais de 45 mil brasileiros recém-formados entrevistados no levantamento.

A estatal de petróleo havia perdido a primeira posição para o Google em 2010 e 2011. Mas, em um momento de instabilidade econômica e de investimentos recordes no segmento de petróleo e gás – conhecido pela falta de mão de obra qualificada -, a Petrobras volta à liderança do ranking em 2012. O movimento, contudo, reflete uma leve mudança no perfil dos jovens profissionais.

Segundo Maíra Habimorad, sócia da Cia de Talentos, em um mercado mais abundante de oportunidades, o salário ganha mais peso na hora da escolha. “O jovem, ao contrário do que se costuma pensar, busca estabilidade no emprego. Esse conceito, porém, não envolve apenas a remuneração”, diz. Para a especialista, o desejo de permanência está atrelado a um trabalho prazeroso, com mais qualidade de vida, ao mesmo tempo em que o jovem possa contribuir para o desenvolvimento da sociedade.

Foi com essa perspectiva que Celine Blotta, de 29 anos, prestou concurso na Petrobras para o cargo de técnica de administração e controle, posição que exerce há quase dois anos na companhia. Formada em história, ela conseguiu entrar em um departamento responsável pelo relacionamento com os sindicatos, o que permite conciliar sua carreira com a paixão pela política, área na qual possui mestrado. Celine chegou a cursar administração e fez um programa de educação continuada em direito do trabalho e um MBA em gestão e liderança, ambos pagos pela Petrobras. A estabilidade que uma carreira pública proporciona é outro fator de atração. “Isso me permite vislumbrar minha vida nos próximos dez anos”, afirma.

Segundo o gerente executivo de recursos humanos da Petrobras, Diego Hernandes, os salários pagos pelo setor de petróleo e gás estão 20% acima dos demais segmentos da economia, o que tem motivado muitos jovens a procurar a área. “Na companhia existe plano de carreira tanto para a área técnica quanto para a gerencial. Também incentivamos os estudos no exterior para empregados com mais de seis anos de casa. Em 2012, vamos levar mais de dois mil jovens para se especializarem fora.”

Salários e benefícios diferenciados, desenvolvimento profissional e estabilidade também estão entre os motivos que levam os jovens a escolher a Vale como a terceira melhor empresa para iniciar carreira, logo após o Google. “Mineração é uma área que também sofre com escassez de talentos. Desse modo, a alta remuneração é um chamariz”, diz Carla Gama, diretora de educação e gestão de talentos da companhia. De acordo com ela, o desenvolvimento dos profissionais é contínuo. “Logo que ingressam na Vale, eles passam por diversas etapas de capacitação. Esse investimento segue ao longo da carreira por meio de cursos subsidiados.”

Estudar em outros países, ter mobilidade interna e experiência em diferentes mercados ou áreas podem fazer um jovem permanecer na mesma empresa por mais de 20 anos. “As companhias que querem reter os seus talentos devem criar programas voltados ao desenvolvimento pessoal e não só profissional”, diz Maíra, da Cia de Talentos. Segundo ela, a possibilidade de ter “diversas funções dentro da mesma companhia” alimenta a demanda dos jovens de estar em constante movimento. Mesmo no cargo de técnica de administração na Petrobras, Celina, por exemplo, já deu aulas de história na universidade da estatal. “Tenho aptidões e vontades que nem sempre se enquadram no meu trabalho, mas que são valorizadas”, diz.

Possuir múltiplos interesses e especialidades é uma característica dos jovens de hoje. Para o Monica Santos, diretora de RH do Google, esse é o trunfo da chamada geração Y. “Procuramos pessoas que queiram entender todo o processo e que gostem de exercer funções diferentes”, afirma. Assim, a empresa não possui um plano de carreira fechado. “Nosso papel é oferecer as ferramentas para que os profissionais se desenvolvam no caminho que escolherem”, diz.

Luciana Cordeiro Espírito Santo, de 26 anos, é um exemplo. Com formação em economia, ela deixou o mercado financeiro no Rio de Janeiro para assumir um cargo no departamento de vendas da empresa há dois anos, em São Paulo. No começo de 2011, migrou para o segmento educacional, tornando-se gerente de contas da área. “Comecei a gostar e a desenvolver soluções, até que me chamaram para assumir a área”, conta. Com o apoio do Google, ela terminou uma pós em engenharia de marketing, fez cursos de espanhol, inglês e, atualmente, estuda alemão. Além disso, já viajou para os escritórios da companhia fora do país e fez um intercâmbio de um mês em Buenos Aires.

“Nosso objetivo é tornar o trabalho mais flexível e divertido. É possível participar de reuniões a distância, trocar informações na mesa do café, jogar videogame e participar de grupos de interesse em comum, por exemplo. A vida pessoal e profissional não devem estar separadas”, afirma Monica.


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